Cota PCD: Pessoas Surdas Têm Direito
a Vagas de Emprego por Lei

A cota PCD é uma política pública fundamental para a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. No Brasil, essa cota estabelece que empresas com mais de 100 funcionários devem destinar uma parte das vagas para pessoas com deficiência, incluindo aquelas com deficiência auditiva. Essa medida é uma forma de promover a igualdade de oportunidades e reduzir barreiras de acesso ao trabalho.

Neste artigo, discutiremos como a cota PCD funciona, quais são os direitos das pessoas surdas e como as empresas devem se adaptar para cumprir a legislação.

O que é a Cota PCD?

A cota PCD foi estabelecida pela Lei nº 8.213/91, também conhecida como Lei de Cotas. Segundo essa legislação, empresas com mais de 100 funcionários são obrigadas a reservar uma porcentagem de suas vagas para pessoas com deficiência. Essa porcentagem varia de acordo com o número de colaboradores da empresa, podendo ser de 2% a 5% do total de vagas.

Essa legislação foi criada para combater o preconceito e a exclusão, proporcionando oportunidades reais de inserção e desenvolvimento para as pessoas com deficiência no ambiente de trabalho.

Quem é considerado Pessoa Surda?

Segundo a Lei nº 14.768/23, compõe a cota PCD a pessoa com perda unilateral total e a pessoa com perda bilateral total ou parcial, de 41 decibéis ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. Assim, fica excluída da cota PCD a pessoa com surdez unilateral parcial.

Direitos das Pessoas Surdas na Cota PCD

A deficiência auditiva é uma das deficiências contempladas pela cota PCD. Isso significa que pessoas surdas têm o direito de concorrer a essas vagas de forma igualitária e em condições adequadas, respeitando suas necessidades de acessibilidade. Entre os principais direitos das pessoas surdas no mercado de trabalho, destacam-se:

  • Acesso a vagas específicas que respeitem a condição da deficiência;
  • Ambiente de trabalho adaptado com recursos de acessibilidade, como intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e comunicação visual;
  • Igualdade de oportunidades para o crescimento profissional e participação nas atividades laborais.

Como a Lei Exige a Inclusão de Pessoas Surdas nas Empresas?

Para garantir o cumprimento da cota PCD, a lei também exige que as empresas ofereçam condições adequadas para que as pessoas com deficiência possam exercer suas funções de forma independente e produtiva. No caso das pessoas surdas, isso pode incluir a disponibilização de intérpretes de Libras em reuniões, treinamento de funcionários sobre inclusão e a adaptação de materiais de trabalho em formatos acessíveis.

Essas medidas visam não apenas cumprir a lei, mas também promover um ambiente inclusivo e acolhedor para os profissionais surdos.

Benefícios da Contratação de Pessoas Surdas pelas Empresas

Contratar pessoas surdas para cumprir a cota PCD traz benefícios tanto para o colaborador quanto para a empresa. Entre os principais benefícios para as empresas, podemos destacar:

  • Diversidade no ambiente de trabalho, promovendo uma cultura de inclusão e respeito;
  • Perspectivas diferentes e inovadoras, que podem contribuir para a solução de problemas e a melhoria dos processos;
  • Cumprimento da legislação, evitando possíveis sanções legais e fortalecendo a imagem institucional da empresa.

Além disso, a inclusão de pessoas com deficiência, incluindo as surdas, ajuda a criar um ambiente de trabalho mais justo e humanizado, onde todos os funcionários se sentem valorizados.

Como as Empresas Podem se Preparar para a Inclusão de Pessoas Surdas?

Para cumprir adequadamente a cota PCD e promover a inclusão de pessoas surdas, as empresas podem adotar uma série de medidas. Algumas delas incluem:

  1. Capacitação da equipe: É fundamental que todos os colaboradores estejam preparados para trabalhar com colegas surdos, entendendo suas necessidades e colaborando para um ambiente inclusivo.
  2. Adaptação do ambiente de trabalho: A empresa deve adaptar o ambiente para facilitar a comunicação com os surdos, usando recursos visuais e intérpretes de Libras sempre que necessário.
  3. Tecnologia assistiva: Ferramentas como softwares de reconhecimento de fala e legendas automáticas podem facilitar a comunicação entre surdos e ouvintes, tornando o ambiente mais acessível.
  4. Política de inclusão: Criar uma política de inclusão clara e abrangente, garantindo que todos os funcionários tenham conhecimento das medidas de acessibilidade disponíveis.

Desafios para a Inclusão das Pessoas Surdas no Mercado de Trabalho

Embora a cota PCD represente um avanço significativo, ainda existem desafios a serem enfrentados para a inclusão plena das pessoas surdas no mercado de trabalho. Muitos desses desafios estão relacionados ao preconceito e à falta de adaptação das empresas. Entre os principais desafios, podemos destacar:

  • Falta de conhecimento sobre a Libras: A comunicação é uma das principais barreiras, pois muitas empresas e colaboradores desconhecem a Libras e outras formas de comunicação acessível.
  • Falta de investimento em acessibilidade: Algumas empresas não investem o suficiente em tecnologia e infraestrutura para atender as necessidades das pessoas surdas.
  • Preconceito e estereótipos: A falta de conhecimento sobre a deficiência auditiva pode gerar preconceito e marginalização, dificultando a adaptação e o crescimento profissional dos surdos.

A Importância de um Advogado para Garantir os Direitos das Pessoas Surdas

Em caso de descumprimento da cota PCD ou de práticas discriminatórias no ambiente de trabalho, é fundamental que o profissional surdo conte com o apoio de um advogado especializado, como o Escritório Davi Nogueira Advocacia, em direitos das pessoas com deficiência. 

O apoio jurídico é essencial para que a cota PCD seja cumprida e para que as pessoas com deficiência auditiva tenham seu direito à igualdade respeitado.

Conclusão

A cota PCD é uma ferramenta importante para a promoção da inclusão e da diversidade no mercado de trabalho, especialmente para pessoas surdas que enfrentam barreiras de comunicação e adaptação. Ao seguir as determinações da lei e investir em acessibilidade, as empresas podem não apenas cumprir a legislação, mas também construir um ambiente de trabalho mais justo e acolhedor.

A presença de um advogado especializado é crucial para assegurar que todos os direitos das pessoas com deficiência, incluindo os surdos, sejam respeitados e garantidos.

 


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