Motoboy e Periculosidade: Como a Legislação Brasileira
Aborda a Questão da Periculosidade para Motoboys

A profissão de motoboy envolve diversos riscos, especialmente em função do uso constante de motocicletas para a realização de entregas e serviços. Reconhecendo esses perigos, a legislação brasileira prevê o pagamento de um adicional de periculosidade para esses profissionais, garantindo uma compensação financeira pelo risco a que estão expostos diariamente. Neste artigo, vamos explorar como a legislação brasileira aborda a questão da periculosidade para motoboys, detalhando os direitos e benefícios relacionados.

O Que é Periculosidade e Como Ela se Aplica aos Motoboys?

Periculosidade é um termo legal que se refere ao risco elevado de acidentes ou danos à saúde que determinadas profissões apresentam. No caso dos motoboys, a periculosidade está diretamente ligada ao uso de motocicletas, um meio de transporte que, embora ágil, também é vulnerável a acidentes graves.

De acordo com a legislação trabalhista brasileira, os profissionais que exercem atividades consideradas perigosas, como os motoboys, têm direito a um adicional de periculosidade de 30% sobre o salário base. Este adicional não inclui gratificações ou outros benefícios, mas reflete diretamente no cálculo de horas extras, 13º salário, férias, e outros direitos trabalhistas.

Atividades de Motoboy que Recebem Adicional de Periculosidade

Diversas atividades realizadas por motoboys são elegíveis para o adicional de periculosidade, dependendo do tipo de entrega e da frequência com que a motocicleta é utilizada. Alguns exemplos de atividades que garantem esse direito são:

  • Entregador de Gás e Água: Motoboys que transportam produtos como botijões de gás e galões de água enfrentam riscos adicionais devido ao peso e ao manuseio desses itens durante a condução.
  • Entregador de Comidas e Bebidas: Profissionais que realizam entregas de alimentos, sejam de restaurantes, pizzarias, ou fast-food, também estão incluídos na categoria que recebe o adicional de periculosidade.
  • Entregador de Correspondências e Encomendas: Motoboys que trabalham para empresas de logística e correios, entregando correspondências e pacotes, também têm direito ao adicional devido ao uso constante da motocicleta.

Como é Calculado o Adicional de Periculosidade?

O adicional de periculosidade para motoboys corresponde a 30% do salário base do profissional. É importante ressaltar que esse valor não leva em consideração gratificações ou outros benefícios, sendo calculado exclusivamente sobre o salário fixo acordado em contrato.

Esse percentual de periculosidade tem impacto direto em outros direitos trabalhistas do motoboy, tais como:

  • Horas Extras: O adicional de periculosidade deve ser incluído no cálculo das horas extras, garantindo que o motoboy receba um valor justo por todo o tempo trabalhado além da jornada normal.
  • 13º Salário: O 13º salário, que é pago em duas parcelas ao longo do ano, também deve considerar o adicional de periculosidade, garantindo que o profissional receba o valor correto.
  • Férias: Durante o período de férias, o motoboy deve receber o adicional de periculosidade juntamente com o valor correspondente ao descanso remunerado, acrescido de um terço.
  • Aviso Prévio: No caso de rescisão contratual, o aviso prévio deve incluir o adicional de periculosidade, assegurando que o trabalhador não seja prejudicado financeiramente.

Como a Legislação Protege os Motoboys?

A legislação brasileira, especialmente a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), é clara quanto aos direitos dos motoboys em relação à periculosidade. A Norma Regulamentadora NR-16, por exemplo, define as atividades e operações que são consideradas perigosas, incluindo aquelas realizadas por motoboys.

Além disso, a Lei nº 12.997/2014, que alterou o artigo 193 da CLT, incluiu expressamente o trabalho com motocicletas como uma atividade perigosa, garantindo o direito ao adicional de periculosidade para esses profissionais.

É fundamental que os empregadores respeitem esses direitos, sob pena de sofrerem sanções legais e terem que arcar com indenizações em caso de descumprimento. Por isso, é recomendável que as empresas mantenham seus registros e pagamentos sempre em conformidade com a legislação vigente.

Conclusão

Para os motoboys, conhecer os direitos relacionados à periculosidade é essencial para garantir uma remuneração justa e adequada ao risco que enfrentam diariamente. A legislação brasileira oferece uma série de proteções, e é dever tanto dos empregadores quanto dos próprios trabalhadores zelar pelo cumprimento dessas normas.

Caso o motoboy perceba que não está recebendo o adicional de periculosidade ou que seus direitos estão sendo violados, é recomendável buscar orientação jurídica para assegurar que todos os benefícios previstos em lei sejam devidamente respeitados.

 


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